sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Divulgação: O Título de Thomas J. Bogg

Fui contactada por Thomas J. Bogg que me perguntou se estaria interessada em divulgar e ler a sua primeira obra, que será lançada em Abril, de seu nome “O Título”.
Pela descrição de Thomas, parece-me uma obra com um tom um pouco filosófico e, mesmo sendo um género que não se enquadra tanto nos meus gostos literários, concordei em ler. E porquê, perguntam vocês? Porque de vez em quando, gosto de sair da minha zona de conforto e dar ler novos autores portugueses.

Imagem da capa e contracapa cedidas pelo autor Thomas J. Bogg
Clique para aumentar

Aproveito para partilhar convosco as palavras de Thomas a respeito de “O Título”, bem como o seu conselho para uma melhor leitura do mesmo.

“O Título ainda não é um livro. É uma colecção de escritos à procura da sua leitura possível e, consequentemente, à espera deste leitor pronto a realizá-la. Talvez nunca virá a ser um livro, pois, talvez, na sua forma presente, esteja a reconhecer, e a chamar por, o futuro errado. De qualquer modo, se pela concentração da nova verdade, ou por uma demonstração do erro contínuo de certo pensamento humano, está na intenção desta obra fazer parte do trabalho de trabalhar o próximo. Ainda que seja, para já, um princípio partido.

Obra que não propriamente começa, nem realmente acabada, tendo seus pontos de partida e de chegada externos à sua apresentação física, naquilo que vai argumentar ser o vestíbulo da autonomia significativa do leitor. Um livro que também procura simular transformações e atentar-se a buracos paradoxais e possibilidades de coincidências irreversíveis entre aquilo que se aparenta fictício e aquilo que é afirmado factual. Um trabalho que, antes de começar a responder ao meio histórico em que se encontra deliberado, levantará primeiramente mais e novas questões.
 Enfim, um princípio incompleto de um trabalho incompleto que pretende brincar literariamente com o mundo.
Se me permitir, sugiro que a Patrícia, se pretender fazer uma leitura, a faça sem compromissos, tratando o livro pelo objecto fragmentário/fragmentado que é, onde o sentido das coisas, ou o próprio ponto da narrativa/existência/direcção do texto integral, estão a ser questionados continuamente. Sugeria, também, que não tente ler O Título do princípio ao fim, mas antes que saltasse partes, ou procurasse frases, parágrafos que servem como ponto de partida para uma interpretação. O trabalho está revestido de camadas que se interligam e confundem perpetuadamente, a escrita por vezes chama a atenção para si própria mas ainda nessa chamada pensa não ter largado a ficção com que escreveria uma história totalmente diferente. As coisas aparecem de forma parcial, súbita e até subtil, feito de referências que não preponderam necessariamente chegar a algum lado, estando mais na intenção chegar a um cruzamento possível entre o erro, a verdade, a intenção e o significado. Enfim, isto é também uma hibridação a partir das perspectivas com que se costuma pensar/presumir a leitura e o legível no acto de ler.
Espero que, apesar do género em que O Título se insere, esta leitura possa ser uma nova experiência para a Patrícia. Nunca me ofenderá se largar a leitura a qualquer ponto, ou se, abrindo a obra e ver-se deparada com um desgosto imediato, ter que fechá-la e esquecê-la nesse mesmo instante. Será perfeitamente compreensível.”

Quero agradecer a gentileza do autor por me dar a possibilidade de ler “O Título” antes do seu lançamento. Mas também pela sua franqueza, reconhecendo que a sua obra, é um pouco diferente e não levando a mal que eu abandone a leitura.
Espero em breve, trazer-vos a minha opinião de “O Título”.
Deixo-vos ainda a página do autor no site da Chiado Editora e a página de Facebook da obra

Sem comentários:

Enviar um comentário